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A MARTIRIZADA

 

A Comissão Episcopal realizava algumas experiências para comprovar a existência do suposto milagre. A beata é obrigada a permanecer durante horas com a boca aberta a fim de que os investigadores vissem o momento em que a hóstia se tornaria sangue. Para a confirmação de que nada de patológico se encontrava na cavidade bucal de Maria, ela era obrigada a gargarejar juntamente com água uma porção de perchlorureto de ferro, substância que cessaria o sangramento caso fosse essa a causa do sangue que surgia na sua boca. Os castigos iam além e a beata sofreria com palmatórias e comparações constantes ao demônio. Obrigada pelos representantes da Igreja, teve de sair do convívio da cidade de onde nascera e crescera, para uma das casas de caridades da região do Cariri.

O corpo franzino da Beata Maria de Araújo também foi palco de inúmeros fenômenos que se tornam frequentes. No processo episcopal, implantado pelos representantes da Igreja da época, são transcritos alguns dos eventos acontecidos com a Beata: colóquios (conversas espirituais com Cristo), crucificações e estigmas (surgiam ferimentos iguais ao que Cristo teve na Cruz), provações (dores e doenças), penitências (oferta de caráter penitencial em expiação às almas do purgatório), visões, dom de oração, dom de discernimento (capacidade de discernir revelações e profecias), consórcio (casamento espiritual com Jesus Cristo a partir de visões), êxtase e a transubstanciação da hóstia (transformação da partícula sagrada no corpo e sangue de Jesus Cristo).

 


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